Oposição organiza revezamento para manter ocupação das Mesas da Câmara e do Senado
Foto: Mateus Bonomi/Reuters
Deputados e senadores da oposição ocuparam, nesta terça-feira (5), as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado como forma de protesto contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na segunda-feira (4).
A manifestação levou os presidentes das duas Casas, Hugo Motta (Republicanos-PB), da Câmara, e Davi Alcolumbre (União-AP), do Senado, a cancelarem as sessões que estavam previstas para ocorrer no dia, segundo o g1.
Jair Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado e, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), liderou articulações para tentar reverter o resultado das eleições de 2022 por meios ilegais. A PGR pediu sua condenação a até 44 anos de prisão, pelos crimes de golpe de Estado, associação criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Revezamento e exigências da oposição
Na Câmara dos Deputados, o presidente Hugo Motta entrou em contato com o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), solicitando que o grupo deixasse a Mesa Diretora. Sóstenes, no entanto, condicionou a desocupação a uma reunião presencial e reservada com Motta e Alcolumbre. Ele também informou que os parlamentares oposicionistas irão se revezar para manter a ocupação nos próximos dias.
O deputado Sanderson (PL-RS) reafirmou que o grupo continuará mobilizado de forma contínua.
No Senado, o ato teve um tom simbólico, com senadores usando esparadrapos na boca como forma de protesto. Em entrevista à GloboNews, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a oposição só deixará o plenário após o cumprimento de três exigências: inclusão na pauta do pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, votação do projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro e discussão sobre o fim do foro privilegiado.