Restaurante Acarajé da Carol abre as portas no Mercado do Rio Vermelho: a volta da baiana de Itapuã que conquistou a Europa com o tempero da Bahia

A Bahia acaba de ganhar mais um espaço voltado à valorização de sua gastronomia de raízes. A partir desta sexta-feira (1º), o restaurante Acarajé da Carol inicia suas atividades no Mercado do Rio Vermelho (Ceasinha), celebrando, por meio do dendê, dos quitutes e das moquecas, um reencontro com a memória, a ancestralidade e os sabores que marcam a culinária afro-baiana.

À frente do novo restaurante está a baiana Carolina Brito, que retorna a Salvador após passar 22 anos em Portugal, onde administra dois estabelecimentos especializados em culinária afro-baiana na cidade de Lisboa. Natural de Itapuã, Carol começou sua trajetória ainda criança, ajudando nos tabuleiros de acarajé e aprendendo os fundamentos da culinária ancestral no terreiro de candomblé Ilê Axé Ibafaromi, localizado na Baixa da Soronha, em Itapuã. Agora, ela concretiza um sonho antigo: ter seu primeiro restaurante em sua cidade natal.

“Eu quero inspirar meninas negras a olharem para a nossa ancestralidade e a profissão de baiana de acarajé como um caminho de muito orgulho”, declara Carol, que se tornou uma representante da gastronomia baiana no exterior. Ela já participou de grandes eventos internacionais, como o Rock In Rio Lisboa e a Galeria Visit Brasil – promovida pela Embratur em maio deste ano – em Paris, onde representou oficialmente o estado da Bahia.

O Acarajé da Carol é uma extensão dos tradicionais tabuleiros de acarajé, preservando a tradição e o carinho da comida de rua baiana agora em um formato de restaurante. No cardápio, destacam-se o acarajé, abará, bolinho de estudante e outras iguarias típicas, além de pratos quentes como moquecas, bobós e escondidinhos – todos preparados com o toque artesanal que Carol traz desde suas origens em Itapuã até seus restaurantes em Lisboa.

O espaço também reflete a espiritualidade e identidade de Carol. A decoração do restaurante foi pensada para exaltar a ancestralidade: uma parede de barro faz referência à terra e à força de Nanã, orixá do qual Carol é filha; e o teto em forma de folha de dendezeiro homenageia a árvore que dá origem ao azeite de dendê, elemento essencial da culinária afro-brasileira.

O restaurante funcionará todos os dias da semana, das 11h às 19h, com exceção dos domingos, quando abrirá das 11h às 16h. Mais do que um novo endereço gastronômico em Salvador, a inauguração do Acarajé da Carol na Ceasinha representa o retorno de uma filha da Bahia que carrega sua terra natal nos sabores, nas memórias e no coração.