Lula gera polêmica ao comparar situação de Gaza com o Brasil após Bolsonaro
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Na manhã desta quinta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma declaração que gerou repercussão ao traçar um paralelo entre a situação da Faixa de Gaza, atingida pelo conflito entre Israel e o grupo Hamas, e o estado em que encontrou o Brasil ao assumir novamente a presidência após o governo de Jair Bolsonaro (PL).
“Quando chegamos aqui pegamos um país semidestruído. De vez em quando olho para a destruição na Faixa de Gaza e eu fico imaginando o Brasil que encontramos, aqui a gente não tinha mais Ministério do Trabalho, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos, da Cultura”, afirmou Lula durante uma entrevista concedida ao rapper Mano Brown.
Segundo o presidente, houve uma desestruturação deliberada das pastas que exercem papel de articulação social. “Tinha sido uma destruição proposital, ou seja, o presidente [Bolsonaro] não gostava de nenhum ministério que poderia ser uma alavanca de organização da sociedade. Para que cultura se cultura politiza a sociedade?”, questionou.
Posição sobre Gaza e Palestina
Lula já havia se posicionado anteriormente sobre o conflito no Oriente Médio, defendendo a criação de um Estado palestino e classificando o que ocorre em Gaza como um genocídio.
No início deste mês, em um pronunciamento feito ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, o chefe do Executivo brasileiro afirmou que a gravidade da crise humanitária na região reforça a necessidade de reformar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), argumentando que o órgão “não pode ser a mesma de 1945”.
Durante a Cúpula do G7, realizada nesta semana no Canadá, Lula voltou a abordar os conflitos internacionais, mencionando tanto a guerra na Ucrânia quanto os ataques em Gaza. Sobre a situação no enclave palestino, ele declarou que nada justifica “a matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra”.