Julho Amarelo: especialistas destacam a importância do diagnóstico e tratamento adequados dos sarcomas, tumores com mais de 50 subtipos e causas desconhecidas
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O mês de julho marca a campanha de conscientização sobre os sarcomas, tumores malignos que atingem os tecidos de sustentação do corpo, como músculos, ossos, cartilagens, gordura, vasos sanguíneos e nervos.
“Existem mais de 50 subtipos de sarcomas, que podem atingir os ossos ou as partes moles e acometem pessoas de todas as idades, inclusive crianças e adolescentes. Eles são tumores raros e de apresentação e comportamento variados, o que dificulta o diagnóstico e a indicação do tratamento mais adequado”, afirma a oncologista Daniela Barros, da Oncoclínicas na Bahia.
Segundo o oncologista Marco Lessa, também da Oncoclínicas, “os tratamentos realizados em centros oncológicos de referência e com equipes multidisciplinares fazem a diferença para a abordagem do paciente diagnosticado com sarcoma”.
A atenção aos sinais é fundamental para um diagnóstico precoce. “É fundamental não ignorar sintomas como nódulos palpáveis, que inicialmente podem ser indolores, perda de peso sem causa aparente, dor persistente e aumento de volume desses nódulos. Nos casos de sarcomas no Sistema Digestivo, o paciente pode apresentar dor abdominal, vômitos, sangramento digestivo, e fezes escuras”, explica o oncologista André Bacellar, da Oncoclínicas.
A oncologista Carolina Rocha Silva, da mesma instituição, acrescenta: “Muitas vezes, o sintoma pode ser confundido com uma dor comum ou proveniente de uma lesão local, o que pode atrasar o diagnóstico”.
Os profissionais enfatizam a importância de identificar a doença de forma precisa e o mais cedo possível. “O sucesso do tratamento e a sobrevida do paciente dependem do tipo específico do tumor, do tamanho e do grau de disseminação (presença de metástases), além do diagnóstico precoce e preciso e do tratamento adequado”, afirma Carolina Rocha Silva.
Apesar de representarem apenas 1% de todos os casos de câncer, os sarcomas podem surgir em qualquer região do corpo, sendo mais frequentes nos membros superiores e inferiores. As causas ainda são pouco conhecidas, mas algumas condições podem estar relacionadas ao seu desenvolvimento, como síndromes genéticas hereditárias, exposição anterior à radioterapia, infecções virais, linfedema e contato com substâncias químicas. Por sua natureza rara e variada, os sarcomas se diferenciam em muitos aspectos — como o tecido onde surgem, o comportamento celular, a velocidade de crescimento, o nível de agressividade e a resposta ao tratamento. “A sua heterogeneidade e raridade tornam o sarcoma um desafio para a oncologia”, destaca André Bacellar.
Tratamento personalizado é essencial
Cada caso de sarcoma exige uma abordagem individualizada. Em geral, o tratamento começa com a remoção cirúrgica do tumor. “Além da cirurgia, o tratamento pode envolver radioterapia, quimioterapia e imunoterapia e também essas técnicas de forma combinada”, explica Daniela Barros.
Marco Lessa complementa: “A imunoterapia pode ser uma opção terapêutica para o tratamento de algumas neoplasias inclusive para alguns tipos de sarcomas avançados ou metastáticos”.