Feminista negra Gislayne de Santana Souza lança nesta quarta (30) livro (Des) Universalizando o Cuidar
Foto: Arquivo pessoal
A assistente social e feminista negra Gislayne de Santana lança, nesta quarta-feira (30), às 19h, o livro (Des) Universalizando o Cuidar, na Livraria LDM, localizada no Shopping Bela Vista.
A obra tem como objetivo principal discutir a ideia de universalização do cuidado, problematizando conceitos que, geralmente, são aceitos sem questionamento. Para isso, a autora realiza uma análise que passa pelas categorias mulher, gênero e raça, utilizando como referências o feminismo negro e o feminismo decolonial para aprofundar a reflexão sobre o tema.
(Des) Universalizando o Cuidar apresenta uma crítica fundamentada em diversos estudos das ciências humanas e sociais, especialmente nas discussões de gênero e raça. O livro nasceu de uma pesquisa acadêmica de Gislayne de Santana, motivada pela necessidade de compreender melhor seu campo de atuação: as unidades de acolhimento para crianças e adolescentes em Salvador.
“Tive contato com unidades de acolhimento para crianças e adolescentes a partir da minha atuação como analista técnica, assistente social, no Ministério Público do Estado da Bahia. Nesses locais pude visualizar através de inspeções periódicas nessas unidades o trabalho de cuidadoras e de mães sociais, bem como a invisibilidade dessas profissionais do trabalho que elas realizam”, relata a pesquisadora Gislayne de Santana.
Neste ano, o livro também integrou uma exposição no Ministério Público da Bahia, instituição onde a autora atua como analista técnica e assistente social, registrando uma recepção bastante positiva durante o evento.
Na publicação, Gislayne traz à tona as vivências de mulheres negras que exercem o papel de mães sociais em unidades de acolhimento de Salvador-BA. Com uma narrativa instigante e dados consistentes, a autora revela como as desigualdades de raça, gênero e classe permeiam o trabalho de cuidado destinado a crianças e adolescentes. A obra representa uma contribuição importante para os estudos sobre trabalho de cuidado e desigualdade social, oferecendo perspectivas relevantes para pesquisadores e formuladores de políticas públicas.
“Desejo que essa narrativa consiga ajudar a sociedade a ter um olhar mais acolhedor com as mulheres negras, que apesar de pequenos avanços sociais em questões de gênero e raça, continuam sendo invisibilizadas na nossa sociedade que tem construído relações machista e racista”, afirma a assistente social Gislayne de Santana.