Abrir Player em Nova Janela
Clique para Ouvir

Estudo indica que 25% das gestações por reprodução assistida no Brasil resultam em gêmeos

 Estudo indica que 25% das gestações por reprodução assistida no Brasil resultam em gêmeos

Foto: Freepik

#Compartilhe

A fertilização in vitro (FIV), um dos procedimentos mais conhecidos da reprodução assistida, não apenas aumenta as chances de gravidez para quem enfrenta dificuldades para conceber, como também desperta o interesse pela possibilidade de gestação múltipla. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), entre 20% e 25% das gestações resultantes desses tratamentos no Brasil são de gêmeos ou múltiplos — especialmente quando há a transferência de dois ou mais embriões.

“Muitas pessoas acreditam que a FIV é sinônimo de gravidez de gêmeos, mas essa ideia não é correta. O principal objetivo é alcançar uma gestação saudável e segura, reduzindo riscos para a mãe e para o bebê. Embora a transferência de mais de um embrião aumente a chance de gestação, também eleva a possibilidade de complicações”, explica a especialista Dra. Isa Rocha, médica do IVI Salvador.

As normas do Conselho Federal de Medicina (CFM) determinam o número máximo de embriões que podem ser transferidos por ciclo, conforme a faixa etária da paciente: até dois embriões para mulheres de até 35 anos, até três para aquelas entre 36 e 39 anos e até quatro a partir dos 40. A regra busca equilibrar o desejo de engravidar com a segurança do procedimento, já que a gestação múltipla pode trazer riscos como parto prematuro, hipertensão e diabetes gestacional, especialmente em pacientes acima dos 40 anos.

De acordo com a médica, os avanços tecnológicos têm contribuído para reduzir a ocorrência de gestações múltiplas sem prejudicar os índices de sucesso da FIV. “O cultivo embrionário até o estágio de blastocisto, associado à transferência de apenas um embrião, mantém taxas excelentes de gravidez e minimiza riscos. Essa prática, conhecida como Single Embryo Transfer, já é comum em países da Europa e vem se caracterizando como tendência mundial ganhando espaço no Brasil”, destaca a especialista.

Embora a ideia de ter gêmeos ainda desperte o interesse de muitos casais, o acompanhamento médico é fundamental para alinhar expectativas e definir a melhor estratégia. “Pacientes mais jovens, com embriões de alta qualidade, têm grandes chances de engravidar com apenas um embrião transferido. Em situações mais complexas, pode-se avaliar a transferência de mais de um, mas sempre dentro dos limites éticos e científicos”, reforça a Dra. Isa Rocha.

Dados do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio/Anvisa) mostram que, em 2022, mais de 50 mil ciclos de fertilização in vitro foram realizados no Brasil, e cerca de um quarto das gestações confirmadas foram múltiplas. O panorama evidencia uma mudança gradual: com a consolidação de técnicas mais modernas, o país se aproxima das práticas internacionais, priorizando segurança, personalização e melhores resultados clínicos.

Abrir bate-papo
Olá 👋
Podemos ajudá-lo?