Estudo da Unicef revela que crianças que brincam diariamente em atividades estruturadas têm maior engajamento escolar
Foto: Acervo do Colégio Anchieta
De acordo com grandes estudiosos da educação, como Montessori, Piaget e Vygotsky, o brincar é um processo essencial de aprendizagem ativa e um verdadeiro ensaio para a vida. É por meio dele que se desenvolvem as bases do pensamento simbólico, da autonomia e das relações sociais. Mais do que uma simples forma de entretenimento, brincar representa liberdade, expressão e descoberta. Nessa linha, o Colégio Anchieta Salvador destaca a importância do brincar livre e criativo como parte fundamental do desenvolvimento integral das crianças.
“Brincar é mais do que diversão, é a forma mais genuína da criança compreender o mundo, expressar emoções e construir conhecimento. Quando a criança brinca, ela dá forma ao que sente, cria narrativas e encontra caminhos para compreender o mundo interno e externo”, explica Natália Oliveira, psicóloga e orientadora educacional do Colégio Anchieta, unidade Patamares.
Na prática, o impacto das brincadeiras é comprovado por resultados concretos. Um estudo realizado pela UNICEF e pela Lego Foundation, em 2023, intitulado Learning Through Play, que envolveu 10 mil crianças de 18 países, mostrou que aquelas que tinham momentos estruturados de brincadeira diariamente apresentaram maior engajamento escolar e mais autoconfiança nas interações sociais.
Durante a infância, o brincar se torna uma linguagem própria. É por meio dele que a criança experimenta possibilidades, cria significados e expressa emoções. Seja no faz de conta, nas construções improvisadas ou nas pequenas descobertas do cotidiano, ela se manifesta por completo – corpo, mente e emoção em harmonia. Em uma sociedade marcada pela pressa, pela tecnologia e pelo excesso de estímulos, preservar o tempo do brincar é um ato de resistência. Garantir à infância o direito ao tempo lento, à curiosidade e à vivência sensorial do mundo é essencial.
Para o Colégio Anchieta, essa responsabilidade é coletiva e deve envolver pais, professores e cuidadores, garantindo espaços seguros, afetivos e acolhedores para que o brincar possa florescer.“Não se trata de dirigir a brincadeira, mas de estar presente, permitir o improviso e valorizar a imaginação”, reforça Natália Oliveira.
Mais do que uma atividade lúdica, o brincar é um ato de humanidade. Ao defender esse direito, reafirma-se o valor do afeto, da criatividade e da convivência como pilares de uma sociedade mais empática, sensível e consciente.