Bolsonaro chora e solicita orações durante discurso no Senado
Foto: Carlos Moura / Agência Senado
Durante uma sessão solene realizada nesta quinta-feira (17) no plenário do Senado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se emocionou ao comentar o pedido de condenação apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele chorou e pediu “orações” ao público presente, em meio às acusações de tentativa de golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022.
O parecer da PGR foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator do caso. Moraes poderá tomar uma decisão individualmente – seja para arquivar, determinar prisão ou encaminhar o caso para julgamento coletivo, na Turma ou no Plenário da Corte.
“Acredito em Deus, peço orações a vocês. Muitas vezes, o óbvio está na sua frente. As pessoas poderosas, algumas dessa Casa, precisam se conscientizar do óbvio, que um dia ele vai embora, eles mudam”, declarou Bolsonaro durante o discurso.
O ex-presidente é acusado de cinco crimes: integrar organização criminosa armada; tentar abolir, com violência, o Estado Democrático de Direito; tentativa de golpe de Estado; dano qualificado mediante violência e ameaça grave; e deterioração de patrimônio público tombado.
Se condenado por todas as acusações, as penas somadas podem ultrapassar 40 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado. A definição exata da pena dependerá da análise de possíveis agravantes ou atenuantes.
A Polícia Federal apontou Jair Bolsonaro como o principal articulador do suposto plano golpista, que incluiria, segundo o inquérito, ações extremas como o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes. De acordo com o relatório da PF, Bolsonaro “planejou, atuou e teve domínio de forma direta e efetiva” sobre a estratégia.